Morta pelo ex-marido, jovem de 22 anos teria implorado por ajuda em delegacia

O advogado Igor José Ogar, contratado pela família da jovem Elza Ribeiro Micharski, 22 anos, morta pelo ex-marido Alysson Ferraz Barbosa, 24 anos, no último dia 05, em São Mateus do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, afirmou nesta sexta-feira, 10, à Rádio Banda B, que a vítima implorou por ajuda na Delegacia da cidade diversas vezes porque tinha medo de morrer.

Ele disse ainda que, mesmo com três medidas protetivas descumpridas e três inquéritos policiais abertos, nada impediu que o pior acontecesse. 

“Nada era feito pela Polícia Civil, pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário. Elza registrou vários Boletins de ocorrência, foi várias vezes implorar por ajuda na delegacia, disse que o ex-marido descumpria todas as medidas protetivas, chegou a dizer na delegacia que sabia que ia morrer e nada foi feito.

Ele se aproximava dela, fazia ameaças, descumpria as medidas protetivas e ninguém via a necessidade sequer de estender a proteção, quem dirá de pedir a prisão dele. O resultado foi a morte de Elza, que morreu sem poder contar com a ajuda do Estado”, desabafou o advogado.

Elza foi morta na Praça do Olho, no centro de São Mateus do Sul com golpes de barra de ferro e, e depois, atropelada várias vezes.

Sofreu lesões na cabeça e no abdômen e não resistiu aos ferimentos. Alisson foi preso em flagrante logo em seguida na casa dos pais.

O advogado Ogar lembrou ainda que a família de Elza espera que haja justiça não só com relação ao Alysson, mas contra o estado, que foi omisso e negligente.

Em nota, o MP-PR informou que não é correta a informação de que não foi feito o pedido de prisão preventiva do acusado. Diz o MP:

Sobre o caso de feminicídio ocorrido em São Mateus do Sul no último domingo, 5 de maio, o Ministério Público do Paraná esclarece:

Não procede a informação de que o Ministério Público do Paraná posicionou-se contrariamente à decretação de prisão preventiva do acusado.

Em relação à vítima, havia medida protetiva vigente desde outubro de 2018, cuja prorrogação foi requerida pelo Ministério Público do Paraná em fevereiro deste ano e concedida pela Justiça. A prorrogação da medida foi requerida ao Juízo pela Promotoria de Justiça de São Mateus do Sul após a vítima assim solicitar.

Antes disso, em dezembro de 2018, houve arquivamento de notícia de descumprimento de medida protetiva pela Justiça. Tal decisão, no entanto, foi adotada diretamente pelo Juízo da Comarca de São Mateus do Sul, sem ter sido o processo previamente encaminhado para manifestação do Ministério Público.”, diz a nota.

Fonte: Banda B

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